STF ordena quebra de sigilos bancário de delegado Protógenes e do empresário Demarco; origem do site de Paulo Henrique Amorim também será investigada
Ai,
ai… Nem sempre o tempo traz a verdade à tona. Às vezes, no entanto,
acontece. Os leitores mais antigos deste blog sabem tudo o que aqui se
escreveu sobre o tal delegado Protógenes Queiroz, hoje deputado do PCdoB
(RJ), e a Operação Satiagraha, espantosamente eivada de ilegalidades.
Ocorre que uma muito bem-urdida operação — envolvendo, inclusive,
jornalistas — se encarregou de transformar o empresário Daniel Dantas na
besta-fera de plantão. E aí todas as ilegalidades e excessos passaram a
ser aceitos. Afinal, se era contra Dantas, podia! Setores da Justiça, é
bom ficar claro, participaram da patuscada. Bastava que se apontasse
uma óbvia maluquice de Protógenes e de seus tentáculos na subimprensa, e
lá vinha a campanha orquestrada: “É agente de Daniel Dantas!” Pois bem.
Aos poucos, os fatos começam a vir à tona. Leiam o que informa Márcio
Chaer no site “Consultor Jurídico”.
*
O Supremo Tribunal Federal decidiu dar curso à investigação que pretende apurar se a operação satiagraha foi patrocinada e conduzida por empresários interessados em alijar o banqueiro Daniel Dantas do mercado de telecomunicações do Brasil.
*
O Supremo Tribunal Federal decidiu dar curso à investigação que pretende apurar se a operação satiagraha foi patrocinada e conduzida por empresários interessados em alijar o banqueiro Daniel Dantas do mercado de telecomunicações do Brasil.
O ministro
Dias Toffoli atendeu esta semana uma lista de pedidos feitos pela
Procuradoria-Geral da República. Entre eles estão a quebra de sigilo
bancário do ex-delegado e deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) e do
sigilo telefônico do empresário Luís Roberto Demarco. O jornalista Paulo
Henrique Amorim terá investigada a origem do seu blog.
Demarco,
ex-sócio de Daniel Dantas no grupo Opportunity, foi o homem designado
pela Telecom Italia para defender seus interesses no Brasil e combater
os de Daniel Dantas. Protógenes Querioz, atuando como delegado da
Polícia Federal, conduziu a operação satiagraha, que investigou supostos
crimes financeiros de Daniel Dantas e de seu grupo empresarial. Paulo
Henrique Amorim, em conexão com Demarco e Protógenes, conduzia uma
campanha de mídia contra Dantas. Demarco e Amorim estariam a serviço da
Telecom Itália, sócia de Daniel Dantas na Brasil Telecom, com quem
disputava o controle acionário da operadora.
Entre
outras ordens, o ministro do STF determinou a expedição de carta
rogatória à Itália, para obtenção das conclusões dos processos
conduzidos pela Procuradoria da República de Milão. Nesse processo,
apurou-se que da empresa Telecom Italia foram desviadas altas somas
destinadas a subornar autoridades, políticos, policiais e jornalistas do
Brasil. Entre os executivos da empresa na Itália, responsáveis pelo
“propinoduto”, alguns já foram presos, outros ainda respondem processos e
um se suicidou. Embora já se saiba da condenação dos corruptores, até
hoje as autoridades brasileiras evitaram ir atrás dos corrompidos.
Será
quebrado o sigilo bancário também de José Zelman que, segundo
Protógenes, foi quem lhe doou três imóveis (dois apartamentos, um no
Guarujá, outro em Foz do Iguaçu e mais uma garagem), no curso da
operação satiagraha. A Receita Federal deverá fornecer as declarações de
Imposto de Renda de Protógenes e Zelman, de 2005 a 2008.
Além da
quebra de sigilo telefônico de todas as linhas identificadas como sendo
de Protógenes e Demarco, serão levantadas também as ligações feitas e
recebidas pela Nexxy Capital (empresa de Demarco) e números da própria
Polícia Federal. Dos aparelhos celulares, além das ligações serão
recuperados os SMS disparados ou recebidos.
As
superintendências da Polícia Federal em São Paulo, Brasília e Rio de
Janeiro deverão informar se Luís Roberto Demarco ingressou nos prédios
entre janeiro de 2007 e dezembro de 2008 — e a finalidade das visitas. A
empresa de Demarco será investigada também na Junta Comercial de São
Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário